quarta-feira, 20 de agosto de 2014

BASTIDORES DO WO DO BARUERI

jogadores do Operário deitados jogo Barueri (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press)
   Ameaça de despejo, contas a vencer, comida escassa, nome no SPC (Serviço de Proteção ao Consumidor). Os jogadores do Barueri já conviviam com inúmeros problemas antes de decidirem não entrar em campo na última sexta-feira, contra Operário-MT, pela Série D do Campeonato Brasileiro. Mas os atletas só optaram pela greve quando um deles recebeu intimação judicial para pagar a pensão alimentícia dos filhos, que estava atrasada. Foi o estopim. Os advogados conseguiram administrar o caso do atleta em questão, mas o elenco não tinha mais dúvidas: com quatro meses de direitos de imagem atrasados, e dois salários devidos, não jogariam a partida contra o time mato-grossense.
   A atitude é um marco no futebol brasileiro. Os jogadores têm recebido o apoio de atletas de outras equipes que enfrentam o mesmo problema e prometem repetir o feito na próxima sexta, quando o time paulista tem jogo contra o Tombense, na Arena Barueri, pela sexta rodada. O elenco se reapresentou e treinou normalmente nesta segunda e terça. Na reapresentação, o grupo esperava uma resposta da diretoria, mas não houve acordo. Após visita de advogados e representantes do Sindicato dos Atletas de São Paulo (Sapesp) nesta terça, o prazo final foi estendido para esta hoje.
   A dívida total é de R$ 268 mil, que correspondem a quatro meses dos direitos de imagem – que correspondem a 80% dos ganhos mensais de cada jogador – e dois meses dos salários registrados nas carteiras de trabalho. Os atletas exigiram o pagamento de metade, R$ 134 mil, até a última sexta. Entretanto, o presidente do Barueri, o português Alberto Ferrari, ofereceu um cheque pré-datado, mas o grupo não aceitou.
   Antes de decidirem pela greve, os jogadores do Barueri foram orientados pelos irmãos e advogados da Sapesp, Thiago Rino e Felipe Rino, que os representam no caso, além do diretor de relacionamento do sindicato, Mauro Costa, a comunicarem todas as partes interessadas. A Federação Paulista de Futebol, CBF e a diretoria do Barueri souberam o que aconteceria, mas nada foi feito. Não foram vendidos ingressos para a partida contra o Operário-MT. Segundo os atletas, ameaças dos dirigentes foram feitas. Alegavam que a atitude extinguiria o clube e disseram que iriam prejudicar o futuro dos jogadores. Mas ninguém no grupo recuou. 
 O manda chuva do clube é Alberto Ferrari, que na verdade é José Alberto Dias Jeremias, é português, tem 55 anos e é proprietário da Academia K2. O dirigente também já dirigiu a Santacruzense, de Santa Cruz do Rio Pardo-SP, e protagonizou um problema semelhante em 2012, quando o elenco sofreu com a falta de pagamentos

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