terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A mina de ouro na torcida: como os sócios podem enriquecer seus clubes

      tabela sócios 2 (Foto: GloboEsporte.com)

  Está à beira da verdade, em alguns clubes brasileiros, aquele velho clichê do torcedor que se dirige enfurecido a um boleiro qualquer e diz: “Sou eu quem paga teu salário!”. A consolidação dos planos de sócios vem rendendo fortunas a algumas das principais equipes do país, bancando boa parte das despesas gastas com o futebol – e, indiretamente, fazendo com que o associado contrate, mantenha e pague pelos atletas que vestem a camisa de seu time do coração. É uma mina de ouro que, de tão óbvia, demorou a ser descoberta – e uma realidade em processo de mutação: enquanto alguns já olham para o futuro, com um longo potencial ainda a ser explorado, outros tentam sair da idade da pedra.

O panorama nacional é discrepante a ponto de o Inter, com torcida menos numerosa, ter oito vezes mais sócios do que o Vasco: 129 mil contra 15 mil (os números usados nessa reportagem são baseados em informações do "Movimento por um futebol melhor", abastecido com dados dos próprios clubes). Por uma razão bastante simples: capacidade administrativa. Enquanto os gaúchos em 2008 já lotavam o Beira-Rio contra o Estudiantes, na final da Sul-Americana, exclusivamente com associados, a nova diretoria dos cariocas adentra 2015 precisando bolar um programa de sócio-torcedor que funcione.

É uma vastidão que pode separar vencedores de rebaixados. Os sócios do Cruzeiro ajudaram o clube a ser bicampeão brasileiro injetando R$ 54 milhões nos cofres celestes ao longo de 2014 – R$ 34 milhões em pagamentos de mensalidades e R$ 20 milhões na compra de ingressos com descontos (Inter e Grêmio arrecadaram mais de R$ 40 milhões cada, segundo dados passados pelos clubes à reportagem). O Botafogo, submerso à Série B, enquanto isso, lucrou R$ 400 mil mensais. Foram menos de R$ 5 milhões no ano. Seu quadro social é inferior ao do Grêmio Osasco.

   O caso do Inter leva a uma tentação: concluir que são os resultados de campo que determinam o sucesso de um quadro social. O clube viveu um boom de associações em idos da década passada, quando conquistou a Libertadores (2006), o Mundial (2006), a Recopa (2007) e a Sul-Americana (2008). Mas o investimento no conceito de torcedores sendo a principal fonte de renda é anterior: em 2003, com o lançamento de seu planejamento estratégico, o clube traçou como meta pular de menos de 10 mil sócios para 100 mil até 2010. Em 2009, ano de seu centenário, a marca foi alcançada. E o quadro associativo seguiu crescendo nos últimos anos - aí sem estar atrelado a grandes conquistas. Nas últimas três temporadas, o Colorado só ganhou o estadual. 

O Palmeiras é o clube do momento no assunto. E também coloca por água abaixo a ideia de que o campo determina o sucesso do plano social. Quase rebaixado no Brasileirão do ano passado, o clube vive uma escalada impressionante em seu quadro associativo. Só neste começo de 2015, foram 18 mil novos sócios, média de 690 por dia – que catapultaram o Alviverde ao segundo posto no ranking nacional, com 82 mil participantes. Cabe reparar: o Palmeiras tem mais sócios angariados em 26 dias do que clubes como Vasco e Botafogo na totalidade. O número decorre de uma campanha pesada de marketing do “Programa Avanti Palmeiras”, da empolgação com as contratações feitas pela diretoria e do surgimento da sua arena.

- O Avanti já é uma das principais fontes de receitas do Palmeiras. Em breve, deve se consolidar como a segunda maior, atrás apenas da TV. Juntamente com a reestruturação financeira que fizemos nos últimos dois anos, o crescimento do Avanti é a principal razão de termos condições de ampliar os investimentos no departamento de futebol. Quanto mais sócios tivermos, mais forte será o Palmeiras – diz o presidente do clube, Paulo Nobre.
O Grêmio é outro caso de sucesso no plano de sócios independente de sucesso no campo. O clube não conquista um título expressivo desde a Copa do Brasil de 2001. Mesmo assim, tem mais de 80 mil associados. Ou seja, não são as taças que alavancam a torcida: é a torcida que tenta alavancar o clube na expectativa pelo retorno das taças. Aí entra um conceito imaterial: a paixão efetiva pelo time. Um estudo feito pela Pluri Consultoria, divulgado em outubro de 2013, apontou a torcida gremista como a mais fanática do país, seguida pela do Inter. São, coincidência ou não, dois dos três clubes com mais sócios no Brasil.

- O Grêmio tem um dado fundamental: o nível de engajamento da torcida. Ser fanático significa estar engajado. O Grêmio também é um dos clubes com maior receita de venda de licenciamento de produtos. Acontece porque tem alto nível de engajamento. Isso é determinante para o sucesso do plano de sócios também. O que explica termos esse número de sócios sem um título expressivo recente? É o engajamento – comenta Beto Carvalho, diretor de marketing do Grêmio.
Fanatismo ajuda, mas não basta: é preciso entregar um produto funcional, bem elaborado e vantajoso, sob pena de o torcedor deixar de ser sócio no primeiro insucesso do time. Na prática, o associado é fisgado como torcedor, mas precisa ser mantido como cliente: revista chegando em dia, descontos efetivamente aplicados, tecnologia funcionando na hora de comprar o ingresso, facilidade para pagar a mensalidade. 

De novo, há exemplos de mundos muito diferentes: enquanto no Cruzeiro mais de 95% dos sócios pagam o valor mensal com cartão de crédito (o que torna a inadimplência quase nula), no Vasco há casos de torcedores que precisaram ir a São Januário quitar uma mensalidade que não apenas é paga por boleto: é paga por um boleto que nem sempre chega. 
- O sócio é um produto entre vários produtos do clube. E precisa ser trabalhado assim. O programa precisa ter qualidade, o torcedor precisa perceber valor nele. É uma visão que pode até parecer fria, do futebol como negócio, mas em cima de algo apaixonante. É preciso que você consiga fazer a entrega de um produto de qualidade. Aí o torcedor vai consumir o produto. São consumidores da paixão. Precisa dar tratamento de produto a isso – opina o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa.

Ao entregar um produto de qualidade, os clubes dão um passo importante para minimizar o efeito sazonal dos planos de sócios: a adesão em massa em momentos de decisão de títulos, por exemplo, e a baixa fidelidade depois disso. Para esses projetos, mais desafiador do que alcançar um número expressivo de associados é mantê-los ligados ao clube. É essa a grande missão do Palmeiras no momento. Algo que o Inter conseguiu vencer.
 Ao longo da história do Internacional, já tivemos quadros sociais fortes em outros momentos, até acima de 50 mil. O segredo era segurar esse sócio. Eles entravam por causa de um time montado para determinado campeonato, mas não ficavam. A partir da chegada desse futebol moderno, desse futebol como negócio, com televisão e grandes patrocinadores, o segredo é manter o cara preso ao quadro social, independente do resultado de campo – analisa Jorge Avancini, diretor executivo de marketing do Colorado.
O tamanho do investimento dos clubes em esforço, criatividade e dinheiro com o plano de sócios também ajuda a determinar o sucesso dele. Quanto mais variadas e firmes forem as ações de marketing com os sócios, mais eles terão motivos para seguir no quadro – e mais novos integrantes serão somados. 

O Palmeiras vem fazendo de tudo: sócios batendo bola com jogadores, fazendo entrevistas com os reforços, andando no ônibus com o elenco e até assistindo a jogos, na beira do campo... em um sofá. O Grêmio tem investido em produtos diferenciados, com descontos para associados: já lançou hamburgueria e adentrou o ramo de picolés mexicanos. O Inter, no ano passado, rodou 70 mil quilômetros pelo interior do Brasil para angariar novos sócios. Em sua pré-temporada, em 2015, levou para a cidade de Bento Gonçalves máquinas que fazem carteirinhas de sócio instantaneamente. 
Outro dado interessante é o elemento lar. Entre os oito clubes com mais sócios no Brasil, seis têm estádio próprio: Inter (1º), Palmeiras (2º), Grêmio (3º), Corinthians (4º), Santos (6º) e São Paulo (8º). As exceções são Cruzeiro (5º) e Flamengo (7º). O caso celeste merece uma ressalva: o plano cresceu exponencialmente quando o time voltou a jogar no Mineirão, em processo que coincidiu com uma espécie de adoção do estádio como casa da Raposa, enquanto o Atlético-MG preferia tratar o Independência como sua moradia.

- Tem que ter casa. Nós sempre tivemos. Os clubes do Rio não têm casa. É aquele negócio: é minha hoje, mas amanhã pode ser do Vasco, depois do Flamengo. Sempre trabalhamos com essa ideia da casa. Eu sei, quando vou ao Beira-Rio, que meu pai também ia ali. Sei o lugar onde ele sentava. Isso é muito importante para nós – afirma o diretor de marketing colorado.
A má notícia é que boa parte dos clubes brasileiros aproveita uma fatia pequena do potencial de seus torcedores. E a boa notícia... é que boa parte dos clubes brasileiros aproveita uma fatia pequena do potencial de seus torcedores. Soa estranho, mas é isso mesmo: se o cenário é ruim, há o alento de que há muito a se explorar. Ou seja, há dinheiro a circular na direção da conta bancária de clubes geralmente atolados em dívidas.
Por diferentes motivos, clubes como Corinthians, Flamengo, Atlético-MG, São Paulo, Vasco, Botafogo e Fluminense ainda não exploram devidamente a paixão de seus torcedores. O Timão é um caso curioso: tem um quadro social expressivo, uma torcida ensandecida pelo time, mas a arrecadação é pouco expressiva. Segundo dados do próprio clube, calcula ter fechado 2014 com cerca de R$ 5 milhões saídos de associações. No Timão, os sócios não ganham descontos na compra de ingressos (apenas preferência de compra), e os planos são anuais. 
Temos uma política de preço não tão agressiva quanto a dos outros clubes. Se fizermos o comparativo desse processo, da política de preços, podemos perceber isso. Optamos por manter essa política de preços. Em alguns planos, inclusive, diminuímos os preços na renovação dos programas. Ainda não é um modelo ideal, mas atende muito bem o nosso público. Vamos manter isso sem estar preocupados com o que está acontecendo nos outros clubes – diz Lúcio Blanco, diretor de arrecadação do clube.

São Paulo e Vasco têm torcidas extremamente numerosas e contam com estádios próprios – sempre um chamariz de sócios. Poderiam ter bem mais do que os 43 mil e 15 mil atuais, respectivamente. E há sempre o exemplo do Flamengo. Com algo entre 30 e 40 milhões de torcedores (são 32,5 milhões, segundo pesquisa feita no ano passado pelo Ibope e pelo jornal "Lance!"), um clube cuja prioridade atual é eliminar dívidas históricas ainda não conseguiu fazer aquilo que parece elementar: convencer sua enorme legião de incentivadores a sustentar o futebol rubro-negro.

Um levantamento feito pela Pluri mostra o tamanho do caminho a ser percorrido. O cálculo está na relação entre número de torcedores e número de associados. No Inter, para cada 100 colorados, 2,6 seriam sócios do clube. É o líder do ranking. No Flamengo, o índice é de uma inferioridade impressionante: 0,16. Projetando-se ao clube carioca os mesmos percentuais do Colorado, o Fla deveria ter mais de 860 mil sócios. 
Se for aplicado a esse raciocínio o chamado “índice Benfica”, que tem cerca de 4% de sua torcida associada ao clube, o número se torna ainda mais gritante: aí o Flamengo teria 1,3 milhão de sócios (veja projeções no quadro abaixo). Seria milionário por causa de seu torcedor.
info número sócios x índice Benfica 2 (Foto: infoesporte)
A diretoria rubro-negra garante estar ciente de que este é um universo a ser explorado. O plano de sócio-torcedor é um dos pilares da tentativa de saneamento financeiro do clube, embora o número tenha sofrido uma queda brusca recentemente (teve um pico de 64 mil em abril de 2014 e agora está em 53 mil). 
A gente entende que é um processo de crescimento contínuo, de engajamento, de entender que essa é a ferramenta para tornar o Flamengo um dos clubes mais fortes financeiramente do mundo, e que com isso pode ficar esportivamente também. Queremos estar entre os cinco maiores do mundo em um futuro próximo – afirma Bruno Spindel, diretor de marketing do Flamengo. - É um movimento que se retroalimenta. Estamos resgatando a credibilidade do clube, e o torcedor investe também por isso, e aí temos mais recursos. Temos como meta o que faz o Benfica. Se conseguirmos, teremos mais de 1 milhão de sócios.
Os quatro maiores clubes do Rio de Janeiro, somados seus quadros sociais, não alcançam os calcanhares do Inter: a somatória dá 28 mil a menos do que os filiados ao clube gaúcho. O dado mostra o terreno a ser percorrido no Rio de Janeiro. Botafogo e Vasco estão reformulando seus projetos. Ao longo do primeiro semestre, esperam colocar em prática novas campanhas que os tirem do limbo. Dos 12 principais clubes dos maiores centros do país, eles são aqueles com menos sócios. O Botafogo fica abaixo de 9 mil associados. Perde para clubes como Chapecoense, Grêmio Osasco e Joinville. E acredita que pode aumentar esse número em dez vezes.

- Criamos um grupo para reformular nosso projeto de sócio-torcedor. Vamos colocar uma série de incentivos para todos os torcedores, inclusive os que moram fora do Rio. O plano é que possam até mesmo votar para presidente. Pagando três anos, poderão votar. – comenta Márcio Padilha, vice de comunicação e marketing do Botafogo. - Temos como base o percentual (do total de torcedores que se associaram) do Inter. Fazendo essa projeção para o Botafogo, poderíamos ter 95 mil. Com esse número de sócios, a arrecadação pagaria a folha de pagamento do futebol, pagaria investimento na base, seria importantíssima. 
No Vasco, o objetivo é já fechar 2015 com ao menos 40 mil associados. A exemplo do Botafogo, o clube cruz-maltino aguarda questões funcionais, especialmente sobre uso de tecnologias (cadastro e pagamento online e acesso a catracas), para colocar os planos em prática no decorrer do primeiro semestre. 

- O investimento em sócios é uma das prioridades da nova gestão, que é voltada para o torcedor. O novo plano vai dar desconto em ingresso, experiências únicas, redes de descontos, uma série de atividades para o torcedor. Ele vai poder se associar de forma rápida. Será uma aproximação – prevê Bernardo Pontes, gerente de marketing do Vasco.
O Inter se orgulha de seus mais de 120 mil sócios. Afinal, isso mostra a força da torcida. Garante cofres mais saudáveis. E assegura que o Beira-Rio esteja sempre lotado, certo?

Absolutamente errado. A média de público pagante do clube colorado no Brasileirão de 2014 foi de 22.318 pessoas, apenas a quinta maior do campeonato, atrás de Cruzeiro (29.678), Corinthians (28.960), São Paulo (28.544) e Flamengo (26.411). E isso com um estádio reformado, uma atração a mais para os torcedores. Aí está um aviso: ter associados aos montes não é sinônimo de estádio cheio. 
E por que nos campeonatos europeus é diferente? São distintos fatores - de segurança, de transporte, de qualidade do espetáculo, mas também de sucesso comercial do produto futebol. Por lá, consolidou-se um processo negligenciado pela maioria dos clubes daqui: a venda de carnês de ingressos para toda a temporada. É um ponto decisivo, na visão de Amir Somoggi, consultor e especialista em gestão esportiva.

- O que ainda não ocorre no Brasil é a cultura da venda da cadeira. Em qualquer país do mundo, e não só no futebol, se vende o carnê da temporada. O que existe no Brasil é o programa de sócio-torcedor, que dá só descontos na compra de ingressos. O erro estratégico para os programas no Brasil é que não criaram o conceito de lotar estádio. Vivem da mensalidade do sócio. Dá bom dinheiro, mas esse sócio pode deixar mais para o clube. O Palmeiras está comemorando porque está aumentando, isso é fantástico, mas não é o ideal. O Inter tem mais de 100 mil sócios e não consegue lotar seu estádio. Ele está só assegurando que o torcedor vá em grande parte dos jogos. Na Inglaterra, o torcedor chega a ir a 23, 24 jogos por ano. Esse cara consome no bar, no museu, aposta, movimenta muito dinheiro. E é muito dinheiro que os clubes brasileiros estão perdendo – opina Somoggi.

Aí pode estar um futuro mais lucrativo para os clubes: passar dos sócios que têm descontos caso queiram ir aos jogos aos sócios que efetivamente vão a todos os jogos – e, se não forem, podem avisar com antecedência e, assim, permitir que o clube venda sua cadeira naquela determinada partida. O Bahia, no ano passado, lançou um pacote válido para todos os jogos do ano – e que contemplava os torcedores que não eram associados ao clube. O Corinthians lançou neste começo de ano um programa de acesso a dez jogos (oito do Campeonato Paulista, o duelo da pré-Libertadores, contra o Once Caldas, e o amistoso com o Corinthian-Casuals). E a estratégia vale também para clubes pequenos. É o caso do Goytacaz, que lançou um carnê para os nove jogos que fará em casa na Série B do Campeonato Carioca.
O Atlético-PR parece consolidado nessa ideia já. Tem cerca de 25 mil associados com acesso automático a todos os jogos. Quer chegar a 42 mil em 2015. Lucra por volta de R$ 33 milhões anuais com os sócios.

- Não temos planos de desconto para ingressos, todos os nossos sócios têm acesso a todos os jogos. Sem custo. Eles têm cadeira personalizada, têm vantagens, além de participar da vida política, poder se candidatar, e temos nossa rede de vantagens, série de descontos com parceiros. Fazemos muita promoção. E, claro, o importante é a Arena – observa Mauro Holzmann, diretor de marketing do Furacão.
Atlético-PR e Coritiba são os principais nomes do Brasil ausentes do projeto “Movimento por um futebol melhor”, uma iniciativa da Ambev, em parceria com os clubes do país, para incentivar a associação de torcedores – que passam a ganhar descontos em uma série de produtos, de supermercados a cervejarias, passando por planos de telefonia e assinaturas de revistas. A ideia é que o projeto, se bem aproveitado pelo torcedor, possa fazer com que ele abata até todo o valor da mensalidade em produtos. A diretoria do Coxa está debatendo se entra ou não no movimento. 
O programa acaba sendo o maior benefício prático para os torcedores que estão distantes de seus clubes e mesmo assim decidem se associar – alguns departamentos de marketing também investem em parcerias próprias com empresas, desvinculadas do projeto nacional. Essa é uma fatia da torcida carente de maior atenção. Em geral, a alavanca dos planos de sócios é o ingresso para jogos. E muitos torcedores não têm interesse em ir à maioria absoluta das partidas.

O impacto desses torcedores varia de clube para clube. O Cruzeiro tem apenas 3% de seus associados morando fora de Minas Gerais; no Inter, são 4%; no Grêmio, cerca de 5%. São torcidas mais localizadas. Mas outras, com potencial mais nacional, tem muito a oferecer. O Flamengo, na final da Copa do Brasil de 2013, foi um exemplo claro disso.

- Foram vendidos cerca de 55 mil ingressos para o torcedor do Flamengo nessa final. E foi 100% online. Do total, 39 mil foram para sócio-torcedores. Todos sócio-torcedores que quiseram comprar, conseguiram. E 15 mil foram de fora do Rio de Janeiro, saídos de mil cidades diferentes. Deve ter sido, nesse sentido, a partida com público mais democrático da história do futebol brasileiro – comenta Bruno Spindel.
O segredo é fazer esse torcedor se sentir importante para o time e beneficiado pelo plano mesmo distante do estádio. Atrelar o associado a reforços costuma ser uma tática. O Cruzeiro adota o discurso de que todo o dinheiro arrecadado com sócios é automaticamente repassado ao futebol – o que faz com que aquele torcedor que paga R$ 12 na modalidade mais simples, sem acesso aos jogos, se sinta um pouquinho responsável pela montagem do elenco, ainda mais quando esse elenco ganha dois Brasileirões consecutivos. No Flamengo, depois da contratação de Marcelo Cirino, a diretoria prometeu outroFlamengo e Corinthians têm as maiores torcidas das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil – no Sul, Grêmio e Inter dominam. Há aí um enorme mercado a ser explorado. A maioria dos clubes já percebeu isso. E promete se voltar a esses torcedores.
- Esse é um dos itens em que a gente está trabalhando. A gente tinha o compromisso do segundo semestre do ano passado, que era a operação da Arena como um todo. Para a gente, é tudo muito novo, a cada jogo buscando processos de melhoria. Esse ano, isso é uma das coisas em que vamos investir, que é identificar quem é esse corintiano que não é da capital, qual o produto que podemos oferecer, qual modelo de negócio que podemos oferecer. É um projeto que está caminhando, estamos olhando para esse torcedor que não está aqui – garante Lúcio Blanco, o diretor de arrecadação do Corinthians, que tem apenas 3% de seus associados fora do estado de São Paulo. reforço de peso caso chegue à marca de 80 mil sócios.
O Santos, em forte crise financeira, espera tornar o plano de sócios um motor para o futuro. A nova diretoria calcula em R$ 13 milhões a arrecadação de 2014 – e quer aumentar esse valor. O clube tinha um plano de chegar a 100 mil associados em 2012, mas fracassou no objetivo. Atualmente, são 57 mil, e 60% deles estão fora da Baixada Santista.

- O grande desafio do Santos é a criação de um plano que traga o associado para próximo do clube, sem estar escorado no desconto de ingresso. Nossos exemplos são os clubes que tiveram crescimento grande da base de sócios sem estar ancorados em um novo estádio ou em alguma grande conquista dentro de campo. Este é o grande desafio do Santos – afirma Alex Fernandes, recém-empossado como novo gerente de marketing do Peixe.

Enquanto clubes gigantescos batem cabeça para fazer seus planos engrenarem, equipes bem menores mostram que criatividade é uma das chaves do sucesso. O Grêmio Osasco angariou mais de 10 mil sócios com parcerias com empresas (facilitando a associação de funcionários) e medidas extremamente simpáticas – como ir a maternidades e presentear bebês com macacõezinhos do clube. Já que os torcedores mais velhos da cidade torcem pelos grandes clubes de São Paulo, o objetivo é conquistar os jovens. E desde as primeiras piscadas de olho deles.  

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

SELEÇÃO DA COPINHA ESCOLHIDA

   

  Com o final da Copa São Paulo, chega a hora de escolher a seleção do torneio. O Corinthians campeão pela nona vez na história, é o time com maior número de escolhidos, com quatro. Entre eles, Marciel, o melhor jogador. O Botafogo-SP, vice-campeão, tem três jogadores: Alex, Isaac e Caio Ruan. São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Atlético-MG completam a lista, cada um com um representante.
Confira a seleção da Copinha, feita pelo Na base da bola:

Goleiro: Rodolfo (Atlético-MG)
O lugar seria de Talles, do Botafogo-SP, que falhou na decisão. Como nenhum outro goleiro semifinalista se destacou tanto, a vaga fica com o atleticano Rodolfo, que mostrou boa segurança durante o torneio e ainda foi herói na quase interminável decisão por pênaltis contra o Flamengo, nas oitavas de final.

Lateral-direito: Raul (Grêmio)
Com alguma folga, o melhor da posição. Rápido, vai ao ataque com facilidade, cruza muito bem e tem ótima bola parada. Foi sempre uma ótima opção de ataque para os gremistas e desponta, junto com Breno, do Atlético-PR, como o melhor lateral-direito de sua geração.
 
Zagueiro: Rodrigo Sam (Corinthians)
Muito regular durante toda a Copinha, Rodrigo Sam mostrou ótima velocidade, capacidade de recuperação e senso de antecipação. Características diferentes da maioria dos zagueiros concorrentes, mais fortes e lentos. Deve subir para os profissionais.

Zagueiro: Caio Ruan (Botafogo-SP)
Um contraponto de Rodrigo Sam. Alto e muito forte no jogo aéreo, Caio Ruan foi quase sempre um ponto de segurança na zaga botafoguense. Emprestado pelo Rio Branco-ES, fez sua primeira e última Copinha, mas deverá ter chances de crescer no próprio Botafogo-SP ou em outra equipe.

Lateral-esquerdo: Guilherme Arana (Corinthians)
Pelo segundo ano consecutivo, o melhor da posição. Forte e talentoso, Arana é eficiente nos cruzamentos, tem bom chute e boa chegada em diagonal. Não à toa, já treina nos profissionais desde o ano passado, quando tinha apenas 17 anos.

Volante: Gustavo Hebling (São Paulo)
Um primeiro volante muito acima da média. Vira o jogo com uma facilidade impressionante e chega o tempo inteiro na área adversária para finalizar. Foi o melhor jogador do São Paulo na competição.

Volante: Marciel (Corinthians)
O melhor jogador do torneio. Foi o protagonista do Corinthians em vários momentos, mostrou muita qualidade nos passes verticais e chutes de fora da área de pé esquerdo. Canhoto, é um jogador que pode compor o elenco profissional com tranquilidade.

Meia: Alex (Botafogo-SP)
Canhoto, habilidoso e muito calmo com a bola no pé, Alex foi o maestro do Botafogo-SP durante a surpreendente campanha do vice-campeonato. Brilhou no jogo contra o Fluminense, com um gol e uma assistência, e já é cobiçado por diversos clubes grandes do país.

Atacante: Gabriel Jesus (Palmeiras)
Exibiu durante a Copinha uma combinação rara de velocidade, técnica e qualidade na finalização. Foi o melhor jogador do Palmeiras em todos os quesitos, e mostrou que pode atuar tanto como centroavante  quanto pelos lados do campo. 

Atacante: Isaac (Botafogo-SP)
Um dos artilheiros do torneio com oito gols, Isaac mostrou oportunismo e certa técnica com a bola, sobretudo no passe para o segundo gol do Botafogo-SP contra o Palmeiras. Centroavante de referência, deve subir para os profissionais.

Atacante: Gabriel Vasconcelos (Corinthians)
Outro artilheiro do torneio com oito gols, Gabriel Vasconcelos mostrou muita técnica e inteligëncia. O ataque corintiano cresceu muito a partir do momento em que ele virou titular, e o bom desempenho deverá ser recompensado com uma promoção para os profissionais.

Time reserva: Talles (Botafogo-SP), Léo Príncipe (Corinthians), Lucas Rocha (Palmeiras), João Neto (Botafogo-SP) e Guilherme (Palmeiras); Maycon (Corinthians), Arthur (Grêmio), Nickson (Vitória), Juninho (Palmeiras): Matheus Cassini (Corinthians) e João Paulo (São Paulo)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

DIMENSÃO DAS DÍVIDAS DOS CLUBES EM RELAÇÃO AOS CORTES NO BOLSO DOS BRASILEIROS



     No decorrer dos últimos dias temos recebido notícias nem um pouco animadoras, num primeiro momento, vindas de Brasília, mais precisamente do Ministério da Fazenda.
Outra notícia de impacto, mas positiva, para os torcedores brasileiros também veio de Brasília, diretamente do Palácio da Alvorada: o veto da Presidente à tentativa de aprovar um novo esquema de parcelamento das dívidas fiscais ou tributárias de nossos clubes, sem a menor contrapartida dessas entidades e de seus dirigentes.
Essas notícias, aparentemente, nada têm em comum, mas, na realidade, elas têm muito em comum, fazem parte de um contexto no qual, a conta final, acaba sendo paga pelo cidadão, mesmo aquele que não torce por ninguém e sequer gosta de futebol.

As duras e pesadas decisões das autoridades monetárias, com o conhecimento e aprovação da Presidência, logicamente, fazem ajustes econômicos com a finalidade de recolocar o país nos trilhos e, depois disso, voltar a crescer. De forma resumida, podemos dizer que o país (entenda-se aqui o “governo”) gastou mais do que arrecadou (como, porquê e para que é outra discussão que não cabe aqui).
Abriu um rombo nas contas e agora sai todo mundo correndo atrás de dinheiro para tampar o buraco.
Pois bem, antes de entrar no futebol vejamos três dessas medidas.
Vamos começar pelo pacote tributário da Presidente Dilma e seu Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Trazendo de volta a malfadada CIDE, entre outros tributos, esse pacote foi criado para arrecadar R$ 20 bilhões, valor equivalente a 0,4% do PIB brasileiro.
Outro pacote de medidas igualmente tenebrosas foi o que afetou pensões e seguro-desemprego, entre outros. Estima-se que esse pacote economizará mais 0,36% do PIB, algo como R$ 18 bilhões.
Por fim, temos ainda a correção do Imposto de Renda na Fonte, estabelecida pela Presidente em 4,5% depois de vetar a decisão do Congresso Nacional de um reajuste de 6,5%, o que deixaria um dinheirinho a mais nos bolsos brasilianos – R$ 7 bilhões.
A intenção do governo com essas e outras medidas é conseguir economizar 1,0% do PIB, pelo menos, chegando talvez a 1,5%, com algumas outras medidas de redução de despesas.
Tenhamos em mente, portanto, os três pontos expostos acima, sem entrar no mérito de serem ou não corretos ou justos:
 mais impostos para gerar R$ 20 bilhões;
menos benefícios sociais para economizar R$ 18 bilhões;
- correção do IRPF abaixo da inflação (novamente) para arrecadar mais R$ 7 bilhões.

No início dessa semana a Presidente Dilma vetou o item da MP 651 que criava uma lei para permitir, mais uma vez, o parcelamento dos débitos fiscais dos nossos clubes, assunto já exaustivamente exposto e debatido nesse OCE.
Em sua edição de ontem, quarta-feira, artigo do jornal Folha de S.Paulo, elaborado com base em relatório da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, mostrou que a dívida fiscal e tributária total dos clubes brasileiros de futebol chega hoje a R$ 3,7 bilhões.
Somente os 12 maiores clubes brasileiros devem, juntos, R$ 1,6 bilhão de reais.

Uma continha simples mostra que somente essa dívida dos clubes de futebol equivale a um pouquinhomenos de 0,1% do PIB brasileiro. Ou, em outras leituras:
- A dívida de nossos clubes equivale a 20% do valor total que será cortado de benefícios de trabalhadores e aposentados. Imaginem o peso desses benefícios que serão cortados, a falta que farão para viúvas e desempregados e suas famílias.
- Os novos impostos e alíquotas irão impactar nossos bolsos, seja diretamente (nas bombas de combustível) ou indiretamente (pagando mais caro por inúmeros produtos, básicos ou não). E o valor devido pelos clubes representa um quinto do que o governo pretende arrecadar.
- A correção do Imposto de Renda Pessoa Física na Fonte em apenas 4,5% irá retirar da massa salarial R$ 7 bilhões. Um bom dinheiro, sem a menor dúvida. Faça você mesmo a conta do que você receberia com a correção de 6,5% e o que vai receber agora. É aqui que o bicho pega mais forte e mais diretamente, pois o valor das dívidas tributárias do conjunto de nossos clubes é um pouco mais da metade do dinheiro que o governo irá embolsar dos salários dos trabalhadores.

Realmente, deu para ver que não é pouca coisa o que devem nossos clubes somente em tributos federais.
E essas dívidas, esses impostos que não foram pagos, pesam no bolso de todo torcedor, no bolso de todo cidadão.
Acho importante termos bem claro tudo isso, pois, se de um lado queremos ver nossos clubes fortes e saudáveis, por outro não é justo, não é correto que todos nós, toda a sociedade, paguemos por essas contas mais uma vez.
Tem mais: uma parte desses valores devidos poderia ter sido paga, mas foi usada para contratar e pagar jogadores. Foi usada para fazer caixa, o que, ainda por cima, é tremendamente injusto com os poucos clubes que fazem seus pagamentos em dia dos impostos correntes ou negociados.

Por tudo isso, por todos esses motivos e muitos outros, é imperioso que a sociedade e as autoridades parem de passar a mão na cabeça dos clubes, permitindo que continuem ganhando dinheiro e gastando mais do que ganham. Que não se comprometam de verdade, para valer, com os compromissos assumidos.
Querem parcelar as dívidas?
Ótimo, vamos parcela-las, mas dessa vez precisa haver comprometimento real de clubes e dirigentes. Precisamos de regras claras, objetivas, penalizando os não pagadores e também os seus dirigentes, patrimonialmente.
Porque somente assim nosso futebol poderá se acertar e voltar a crescer em qualidade, beleza e importância dentro do grande mundo da bola.

O tom desse post pode parecer político, mas não é. Falei apenas o que já está na cabeça de muita gente, todos cansados de acordos não cumpridos, ao mesmo tempo que o dinheiro rola grosso e sonante em salários absurdos, fora de nossa realidade, para jogadores e treinadores. Em comissões para agentes e para intermediários de negócios que, a rigor, jamais precisariam de intermediação. E em muitos outros gastos que ajudam a manter algumas aparências e apenas enganam, iludem os torcedores.
O melhor futebol do mundo, jogado nas ligas alemã e inglesa, principalmente, mostra o caminho que devemos seguir, sem copiar, simplesmente, mas usando os mesmos conceitos, em especial o fair play financeiro.
Da próxima vez que o presidente de seu clube do coração falar em contratações fora da realidade ou seu diretor financeiro rolar uma dívida para a frente, lembre do seu imposto de renda retido na fonte. Ou do prazo maior para receber o seguro-desemprego. Ou do preço a pagar no caixa do posto de gasolina depois da clássica e gostosa frase:
- Enche o tanque!

Adendo: Quanto deve cada um dos 12 maiores?
Essas dívidas chamadas fiscais ou tributárias incluem os impostos federais propriamente ditos, como o Imposto de Renda, e as contribuições para o INSS e para o FGTS.
Alguns dos clubes listados já fizeram acordos com a Receita e, pelo que sabemos até o momento, estão cumprindo com suas obrigações.
Teremos uma imagem mais clara, uma noção mais aprofundada dessa situação nos primeiros dias de maio, depois da publicação de todos os balanços.
 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Divulgado o ranking das Américas!


Ranking das Américas (Foto: Reprodução)
    O título da Taça Libertadores deu ao San Lorenzo o topo do ranking de melhores clubes da América no ano passado, divulgado pela "Pluri Consultoria" nesta quarta-feira. Campeão da competição pela primeira vez, o time de coração do Papa Francisco subiu seis posições com relação a 2013, ficando na frente do River Plate, campeão nacional. Entre os cinco primeiros, Cruzeiro (3º) e Atlético-MG (4º) representam o Brasil.

   O Galo havia sido considerado o melhor time das Américas no ranking anterior, também impulsionado pelo título da Libertadores. Já o Cruzeiro ganhou uma colocação com relação a 2013 devido ao bicampeonato nacional e o segundo lugar na Copa do Brasil. Além dos dois mineiros, o São Paulo (7º) também representa o Brasil no top 20, que conta com quatro time argentinos, quatro mexicanos, dois americanos, dois paraguaios, dois peruanos, um colombiano, um uruguaio e um equatoriano.

   O time que mais subiu na lista foi o Independiente Santa Fé, da Colômbia, que ganhou 187 posições no ranking, alcançando a 30ª colocação na lsita desse ano. Quem mais caiu foi o Botafogo, que perdeu pontos por conta do rebaixamento para a Série B, deixando a 42ª posição e rumando para a 175ª.

    No ranking acumulado dos últimos sete anos, o Corinthians segue na liderança pelo terceiro ano consecutivo. Depois dele vem a LDU, que já ocupava a posição no ano passado, e o Cruzeiro, que subiu de nono para terceiro no geral.

domingo, 18 de janeiro de 2015

R$ 40,00, R$ 60,00 e R$ 100,00: SER SÓCIO DO CRB TORNOU-SE INDISPENSÁVEL!

GALO FIEL OURO DÁ DIREITO A ACESSO ARQUIBANCADAS ALTAS DO REI PELÉ

     Ontem a diretoria do CRB divulgou os preços dos ingressos para esta temporada, o galo irá disputar quatro competições ( COPA DO NORDESTE, CAMPEONATO ALAGOANO, COPA DO BRASIL E SÉRIE B DO BRASILEIRO ) com calendário cheio até dezembro. Ficou definido pela diretoria executiva do clube os seguintes valores: R$ 40,00 arquibancada baixa; R$ 60,00 arquibancada alta e R$ 100,00 as cadeiras, idosos e estudantes pagando a metade do preço. Olhando os planos de sócio do clube e os preços divulgados dos ingressos, ser sócio torna-se indispensável, veja bem: PLANO PRATA o torcedor paga R$ 30.00/mês e tem acesso livre ARQUIBANCADAS BAIXAS do Rei Pelé em todos os jogos do galo. PLANO OURO o torcedor paga R$ 60,00/mês com acesso livre ARQUIBANCADAS ALTAS em todos os jogos do clube e o PLANO DIAMANTE no valor de R$ 100,00 mensais e acesso livre nas cadeiras do Rei Pelé. Levando em consideração que teremos no mínimo duas partidas/mês com mando de campo do galo, o torcedor já sentirá a vantagem tanto em comodidade ( Não enfrentará filas nem para adquirir os bilhetes e nem para entrar no estádio ) e no bolso, mesmo pagando 50% irá gastar o mesmo valor de um sócio, se pagar o valos cheio dos ingressos a economia será de R$ 50,00 ( BAIXA ), R$ 60,00 ( ALTA ) e R$ 100,00  ( CADEIRAS ), lembrando ainda que em alguns meses o CRB irá fazer três ou mais partidas em casa, portanto ser sócio tornou-se indispensável. Acesse o site www.crb.torcedordevantagens.com.br e torne-se sócio do clube.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

ALAGOANO QUE ATUAVA NO FUTEBOL DE RORAIMA É ASSASSINADO NO TABULEIRO

   Shayder (Foto: Divulgação)
    Uma das promessas do futebol roraimense morreu na tarde de quarta-feira, por volta das 15h (horário de Roraima), em uma suposta tentativa de assalto, segundo informações da Polícia Militar dada a um jornal de Maceió-AL. O fato aconteceu no Conjunto Eustáquio Gomes de Melo, localizado no bairro Cidade Universitária, na capital alagoana.
De acordo com o portal 'Cada Minuto', a suposta vítima foi abordada pelo jogador e um amigo que teriam anunciado o assalto, momento que teria reagido e feito os disparos com arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado, mas o jogador não resistiu e morreu. O jornal informa ainda que a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) esteve no local. O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) também para a realização da perícia e remoção do corpo do jogador. Shayder tinha 18 anos, e o outro rapaz 16.
Segundo informações colhidas junto ao técnico do Baré e amigo de Shayder, Cláudio Marcos, o companheiro de Shayder correu mas também foi atingido por tiro, vindo a falecer após ser levado ao hospital. Cláudio foi um dos primeiros a receber a notícia em Roraima, ele está no município de Caracaraí-RR. Ainda muito abalado pelo acontecido, em entrevista falou sobre o que sabe até o momento sobre a tragédia.
 'A ficha ainda não caiu'. Soube da notícia por volta das 17h (horário local) de quarta-feira. Tive uma convivência muito estreita com ele, o conheci no Corinthians Alagoano. Na época eu morava e trabalhava em Nilópolis-RJ e levei ele, então com 15 anos, para testes no Nova Iguaçu. Nesse tempo recebi uma proposta para dirigir o Baré, em Roraima, no final de 2012. Trouxe o Shayder para jogar pelo Baré. Ele vivia praticamente na minha casa, depois de um tempo que se mudou para o alojamento do clube, mesmo assim nunca tive reclamação dele, era um menino pacato, querido pelos amigos e a família, por isso não acredito nessa versão dada até o momento.
Segundo Cláudio, ainda não apareceu provas que o zagueiro estivesse armado. As informações repassadas para ele são colhidas da família do ex-zagueiro que reside em Alagoas, principalmente da mãe.
 -  Nos informaram que ele estava a pé. Ele levou um tiro a 'queima roupa' na boca. O outro rapaz correu e também foi alvejado vindo a falecer no hospital. Disseram que no depoimento do policial que efetuou o disparo, que ele ainda havia alertado os meninos, mas, segundo ele, insistiram que 'levariam a moto'. Acho isso muito estranho, pois como fariam isso estando desarmados? Não aceito essa versão como muitas pessoas de lá também. Quero muito esclarecer esse fato, ele saiu daqui há 40 dias para passar as férias, acredito que uma pessoa não muda em tão pouco tempo. Se ele fosse outra pessoa ele teria demonstrado aqui mesmo, vivia com os outros atletas e nunca tivemos reclamação dele. Tinha o Shayder como um filho, uma pessoa em quem confiava muito e tinha um carinho muito especial. Era uma pessoa decente e honesta. Tentei embarcar em um avião nessa madrugada mas não há vagas, estou viajando daqui 10 ou 15 dias para Alagoas para acompanhar de perto as investigações.
O ex-zagueiro do Baré partiu em férias no dia 3 de novembro para Alagoas após o encerramento da temporada 2014 do campeonato roraimense. Shayder retornaria a Roraima no dia 31 de janeiro onde se apresentaria junto com o elenco do Baré no dia 2 de fevereiro para começar os treinos na equipe profissional.
O ex-zagueiro de 1,94m, nasceu no dia 17 de janeiro de 1996. Natural da cidade de Murici-AL. A família reside na cidade de Messias, distante 35 km de Maceió. Teve passagens por times alagoanos como o Esporte Clube Messias, onde deu os primeiros passos no futebol ainda com 11 anos, e pelo Corinthians Alagoano. Apareceu para o futebol roraimense com 16 anos, quando disputou oito campeonatos pelo Sub-20 com a camisa do Baré, chegando a participar da Copa Norte, em Belém-PA. Foi por duas vezes capitão pelo Colorado e disputou o campeonato profissional roraimense de 2013  e 2014.
- Ele era uma promessa, havia uma evolução técnica desde 2013. Havia outros clubes interessados nele para disputar o campeonato 2015. Tinha uma boa estatura e um futuro muito bom no futebol. Infelizmente o destino não quis, tenho certeza que ele iria se firmar como profissional, pois a qualidade técnica era indiscutível. Ele tinha acertado com o presidente a base salarial e iria defender o Baré nesta temporada.
O jovem foi sepultado nesta quinta-feira, às 16h, em Messias. Não há parentes do jogador em Roraima. Shayder completaria 19 anos neste sábado, os amigos estavam preparando uma festa para ele. Em uma rede social, a página do Esporte Clube Messias descreveu o fato como 'lamentável', seguido de imagens do jogador. Vários amigos também externaram pêsames pelo acontecido. O presidente do Baré, Luciano Araújo, o Zuza, ligou para a família de Shayder e prestou as condolências, e se colocou a disposição para colaborar no que fosse preciso.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Jogadora da seleção de Guiné Equatorial é obrigada a tirar a roupa para provar que é mulher



     A jogadora Genoveva Anonma, destaque da seleção feminina de futebol de Guiné Equatorial, passou por uma situação embaraçosa recentemente. A atleta foi obrigada por dirigentes da Confederação Africana de Futebol a tirar a roupa para provar que é mulher. O fato aconteceu após um duelo do campeonato continental. A jogadora revelou a história em entrevista à “BBC”.
  "Eles me pediram para tirar todas as minhas roupas na frente de funcionários da CAF e da equipe da Guiné Equatorial. Eu estava realmente chateada, minha moral estava lá baixo e estava chorando. Foi totalmente humilhante, mas com o tempo eu vou esquecer", contou.
    Além de Genoveva, que tem 27 anos, outras duas jogadoras da seleção foram acusadas de serem homens por times rivais, que alegaram que as atletas estavam infiltradas na competição. Porém, comprovou-se que todas são mulheres.
    À reportagem, a africana contou que decidiu ser jogadora com apenas cinco anos, mas que ninguém compreendia a sua escolha. As amigas a rejeitaram, assim como a mãe, que a expulsou de casa. Com 15 anos, ela assinou contrato com uma equipe feminina local e depois se transferiu para a África do Sul.
– Meu pai morava em outra cidade, com outra mulher, e minha mãe não queria de jeito algum que eu jogasse bola. Ela me queria estudando, fazendo mestrado para me tornar um professora ou ajudar as crianças. Tive alguns problemas graves com ela, e ela disse que não queria mais me ver – afirmou.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

ACUSADO DA MORTE DE RADIALISTA É ACLAMADO PRESIDENTE DO ATLÉTICO-GO. IMPRENSA LOCAL DECIDE NÃO COBRIR O CLUBE

Montagem Mauricio Sampaio Atlético-GO (Foto: Editoria de arte)
O ano já estava na reta final. A segunda-feira, 29 de dezembro, também. No primeiro dia da última semana de 2014, por volta das 18h, o Atlético-GO decretou o retorno de Maurício Sampaio. Como presidente. A chapa encabeçada pelo empresário foi registrada com a certeza de aclamação. Não haveria disputa na eleição. Em poucos dias, Maurício, ex-vice da instituição, seria conduzido ao poder. E o noticiário do Dragão deixaria de ser apenas futebolístico. A cobertura do assassinato do radialista Valério Luiz voltaria com destaque ao caderno de esportes. Afinal, um clube da Série B do futebol brasileiro vivia a iminência de ser presidido pelo homem apontado pela polícia como o mandante do crime.

Em 5 de janeiro, a aclamação: sem adversários, Maurício Sampaio se tornou presidente do Atlético-GO para o biênio 2015/2016. A posse está marcada para o dia 14, mas o dirigente já está à frente das principais ações. Um retorno que se dá dois anos e meio após a decisão de deixar o cargo de vice-presidente, que ocupou até junho de 2012. Dois anos e meio após o homicídio do cronista esportivo, morto com seis tiros em 5 de julho, quando saía da rádio em que trabalhava, no setor Serrinha, em Goiânia. Maurício é acusado de ter encomendado a ação. Ele nega.
No dia seguinte à aclamação, parte da imprensa goiana anunciou uma espécie de boicote ao dirigente. Inconformadas com o retorno de Maurício Sampaio, duas emissoras de televisão e uma rádio restringiram a cobertura ao clube. Os três veículos tinham ligação direta com Valério Luiz. O cronista trabalhava em dois deles quando foi assassinado: PUC/TV e Bandeirantes/820. O terceiro, a TV Brasil Central, tem horário esportivo terceirizado por Manoel de Oliveira, o Mané, pai de Valério e eleito como deputado estadual mais votado de Goiás em 2014.

- Ele é um homem perigoso. Não tem como eu colocar um repórter lá sendo que o cara é um criminoso e mandou matar meu filho. Essa volta é um desrespeito, uma afronta à sociedade e uma tentativa de intimidação à imprensa. É como um recado: "Um já foi. Vocês podem ser os próximos" - avalia Mané, primeiro a vetar a cobertura, apesar de atleticano assumido.
André Isac, chefe de esportes da PUC/TV, reprova a volta de Maurício Sampaio ao Atlético-GO. O jornalista explica os motivos do boicote e teme pela imagem do clube.

- Não há clima para frequentar o Atlético-GO. Não queremos cruzar com o Maurício pelos corredores. Imagine se fosse ao contrário, um jornalista acusado de matar um dirigente. Ele teria um bom ambiente para cobrir o time?  O clube tem o direito de escolher seu presidente, e nós, o de afirmar que ele não é a pessoa ideal. É ruim até para o Maurício. Está tendo até mais repercussão do que quando o Valério morreu, em 5 de julho de 2012. Você se lembra o que aconteceu no dia 4? O Corinthians foi campeão da Libertadores. Pouco se falou do assassinato. Hoje, a volta dele está em todos os veículos, tanto pelo momento quanto pelo fato de o inquérito já estar concluído.
Maurício Sampaio foi preso três vezes de forma preventiva e está entre as cinco pessoas indiciadas. Após cerca de oito meses de investigação, o inquérito policial foi entregue ao Poder Judiciário pelos delegados Adriana Ribeiro e Murilo Polati, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, no início de 2013. O documento possui mais de 500 páginas. Além do dirigente, há acusações contra Urbano de Carvalho Malta, que morava em um terreno de posse de Maurício, os policiais militares Djalma da Silva e Ademá Figueiredo - apontado como o responsável pelos disparos - e o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier. Todos respondem em liberdade, à exceção do último, extraditado após ter se mudado para Portugal sem autorização da Justiça.

Os cinco irão a júri popular, ainda sem data definida. Maurício Sampaio alega inocência e, em entrevista ao GloboEsporte.com, afirma pretender cumprir o mandato de dois anos à frente do Atlético-GO sem "misturar a vida particular" aos assuntos do clube.

- Essa questão judicial não tem nada a ver. Deixo fora do Atlético-GO. Você já leu o inquérito? Não tem nada lá. Tenho confiança e sei da minha inocência. Logo essa história toda será passado. Fala-se muito sobre o caso porque vende. Matérias são feitas para vender. Sei como funciona.
Maurício Sampaio esteve à frente de um cartório em Goiânia por mais de 25 anos. Atualmente, perdeu a concessão e também responde judicialmente pelos crimes de peculato, cobrança de tributo indevida e modificação sem autorização no sistema de informações. Dentre outros negócios, é proprietário da Rádio 730, que mantém a cobertura do Atlético-GO. A respeito do boicote de parte da imprensa goiana, o empresário questiona:

- Será que não há atleticanos entre os telespectadores e ouvintes dessas emissoras? O clube e os torcedores não podem ser penalizados. Respeito a decisão, mas penso que é uma minoria que quer apenas criar tumulto. Um desses órgãos envolvidos (TV Brasil Central) até pertence ao Estado. Será que isso é correto? Já fui próximo de algumas dessas pessoas. Tomávamos cerveja e comíamos espetinho juntos. Agora, paciência. O clube está de portas abertas se resolverem voltar.

Quando Valdivino de Oliveira anunciou que não tinha interesse em uma nova reeleição, o Atlético-GO precisou buscar um nome para assumir o clube. O ex-presidente esteve no cargo por seis gestões - quatro delas consecutivas, entre 2007 e 2014 - e não deixou um substituto imediato. Cogitou-se até modificar o estatuto rubro-negro, que permite candidatura apenas para conselheiros que já tenham exercido cargo eletivo. Um edital chegou a ser confeccionado e publicado. 
Nesse meio tempo, porém, Maurício Sampaio ganhou força. A despeito do afastamento, o dirigente, acostumado a colocar dinheiro do próprio bolso no Dragão, teve o apoio de uma parcela da torcida e foi ovacionado por atleticanos após a aclamação ao lado de Eduardo Mulser (vice), do deputado federal Jovair Arantes (presidente do Conselho) e de Marcos Egídio (vice do Conselho).

- Poucos nomes poderiam assumir. Pela questão estatutária, só uns três ou quatro. Eu era um deles, me convidaram, e aceitei. Não participei ativamente do clube nos últimos anos, mas nunca deixei de acompanhar. Meus amigos estão no Atlético-GO. A torcida me apoia - diz Maurício.
Advogado, Valério Luiz Filho é assistente de acusação no processo e observa que, em 2012, quando do homicídio de seu pai, jornalistas da PUC/TV e da Bandeirantes/820 estavam proibidos de entrar no Atlético-GO por decisão de Maurício Sampaio. O motivo: as críticas feitas pelo pai ao dirigente e ao clube. Valerinho, como é chamado por familiares e amigos, apoia o boicote.

- O acusado sempre foi uma pessoa intempestiva. Há contra ele um histórico de agressões a jornalistas e outros dirigentes, sobretudo no Serra Dourada. Sou a favor da decisão dessas emissoras. Vale lembrar que ele responde em liberdade, mas precisa cumprir determinações da justiça, dentre elas não sair de Goiânia e não se aproximar de testemunhas de acusação, que é o caso dos companheiros André Isac (PUC/TV) e João Batista (Bandeirantes/820).

A polícia civil concluiu, em sua investigação, que Valério Luiz foi assassinado, a mando de Maurício Sampaio, por causa das fortes críticas que ele fazia à diretoria do Atlético-GO. Os dois PMs acusados de participação no crime trabalharam como seguranças pessoais do dirigente, que contratou alguns dos principais advogados de Goiânia para montar sua defesa.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Fifa libera R$ 187 milhões para clubes por Copa

Victor Brasil coletiva (Foto: Gaspar Nobrega / Vipcomm)
ATLÉTICO LIDERA ENTRE OS BRASILEIROS
       Pouco mais de cinco meses após a final da Copa do Mundo de 2014, vários clubes ao redor do mundo ganharam um motivo para comemorar. Nesta quinta-feira, a Associação Europeia de Clubes (ECA) anunciou o montante destinado a cada equipe que teve jogadores convocados por ao menos uma das 32 seleções presentes na competição. Entre os brasileiros, o Atlético-MG foi quem mais lucrou, com uma quantia de aproximadamente US$ 300 mil (R$ 805 mil) a receber. O destaque ficou para o Bayern de Munique, base da seleção alemã, que faturou cerca de US$ 1,7 milhões (R$ 4,6 milhões). 
O acordo entre a ECA e a Fifa determinou um valor de US$ 70 milhões (R$ 187 milhões) destinado aos clubes que contribuíram para as seleções. O valor total por jogador é calculado multiplicando o número de dias que o atleta esteve a serviço de sua seleção para a Copa do Mundo por um valor diário, fixado em US$ 2,8 mil (R$ 7,5 mil). 
O Galo de Minas Gerais teve Victor e Jô convocados para a seleção brasileira, que disputou todas as partidas possíveis até a decisão do terceiro lugar, contra a Holanda. Botafogo, São Paulo, Palmeiras, Fluminense, Santos, Internacional, Vasco, Corinthians, Flamengo e Grêmio também receberão uma quantia da Associação por terem cedido jogadores para seleções que disputaram o Mundial.
Confira a lista dos cinco clubes que mais receberam (em dólares):
1 - Bayern de Munique (ALE) - US$ 1,734 milhões 
2 - Real Madrid (ESP) - US$ 1,297 milhões
3 - Chelsea (ING) - US$ 1,253 milhões
4 - Barcelona (ESP) - US$ 1,191 milhões
5 - Manchester United (ING) - US$ 1,160 milhões
Veja a quantia recebida pelos clubes brasileiros (em dólares):
Atlético-MG: US$ 300,533 mil
Botafogo: US$ 218,400 mil
Palmeiras: US$ 154 mil
Fluminense: US$ 128,800 mil
Santos: US$ 117,600 mil
Internacional: US$ 89,600 mil
São Paulo: US$ 44,800 mil
Vasco: US$ 44,800 mil
Corinthians: US$ 42,933 mil
Flamengo: US$ 40,600 mil
Grêmio: US$ 29,867 mil