A primeira temporada da Super Liga Indiana é um sucesso. A competição teve apenas três meses de duração, mas o curto período foi suficiente para fazer o futebol cair definitivamente no gosto do povo indiano. Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram aos estádios, com média de público de mais de 26 mil torcedores por partida. Neste sábado, o torneio terá seu "grand finale". Vestindo camisa amarela, calção azul e com dois brasileiros no elenco, o Kerala Blasters fará a decisão contra o Atlético de Kolkata, que pertence ao Atlético de Madrid e está repleto de jogadores espanhóis.
Os finalistas representam duas escolas, a brasileira e a espanhola, e dois Atléticos, o Paranaense e o de Madri. O Kerala, que eliminou nas semifinais o Chennaiyin, líder da fase de pontos corridos, conta com o atacante Pedro Gusmão e o defensor Erwin Spitzner. Os dois foram emprestados pela equipe curitibana, que cedeu cinco jovens atletas à competição em uma parceria com a Super Liga. Deu certo. Uma feliz coincidência fez com que a dupla se sentisse em casa: a inspiração do clube na seleção brasileira.
- A cor principal do time é o amarelo, aqui eles gostam muito da seleção brasileira e acho até que eles tentaram imitar o Brasil, sendo amarelo também. E fica muito lindo o estádio todo amarelo. Todo mundo gritando, pulando, fazendo aquelas danças indianas que eles fazem aqui, batendo tambor. É muito legal e gostoso de jogar - disse Pedro Gusmão.
O Atlético de Kolkata pertence a um grupo de donos que tem o
Atlético de Madrid como um dos sócios. O clube da Espanha divide a direção da franquia com três empresários indianos e um ex-jogador de críquete, o esporte mais popular do país. O nome, as cores e o uniforme são semelhantes aos dos Colchoneros e seis jogadores espanhóis fazem parte do plantel. O atacante Luis García, com passagens por gigantes como Barcelona e Liverpool, é a principal estrela. A equipe superou o FC Goa, comandado por Zico e liderado em campo por André Santos, nos pênaltis após dois empates nas semifinais.
O Kerala Blasters liderou a Super Liga Indiana na média de público. O clube levou 49 mil torcedores por jogo, entretanto, o Atlético foi o responsável pela partida com o maior números de pessoas presentes, com 65 mil. A decisão será realizada no DY Patil Stadium, em Mumbai. O local, com capacidade máxima para 55 mil torcedores, é considerado um templo do críquete e estará praticamente lotado neste sábado.
O público não impressiona apenas pela quantidade, mas também pela qualidade. A festa feita nas arquibancadas tem impressionado os jogadores estrangeiros que decidiram se aventurar no país. Para conquistar os indianos, a direção do torneio tentou aliar entretenimento ao futebol e vender ingressos com preços populares a camarotes para as celebridades.
- Eu nunca imaginei que a torcida aqui seria tão louca, tão alucinada pelo futebol e pelo Karela Blasters. Quando vi fiquei muito feliz porque todo jogador gosta de jogar com casa cheia e estádio lotado. Estou muito feliz mesmo. A torcida apóia e é fanática, o carinho que eles sentem por nós é muito bom de receber. Jogar contra nós em Kochi (maior cidade da região de Kerala) é muito difícil, é uma atmosfera incrível e um barulho ensurdecedor - relatou Gusmão.
A popularidade da liga mudou a rotina dos brasileiros do Blasters. Pedro, que não chega a ser tão conhecido em seu próprio país, tem dificuldades para andar nas ruas de Kochi.
- Eles são loucos por futebol e pelo Kerala Blasters. Após um jogo em que fiz gol, dei passe e fui eleito o melhor em campo, eu simplesmente realizei um sonho de poder ser reconhecido pelo meu trabalho, fui ao shopping comprar algumas coisas para mim e não conseguia andar, porque as pessoas me paravam, pediam para tirar fotos e dar autógrafos. É muito gratificante, e esse carinho merece ser retribuído com o título.
